quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Fatores inerentes do biótopo




Prosseguindo nos estudos sobre os biomas hoje vamos conhecer os fatores inerentes do biótipo.
Vamos iniciar falando sobre a irradiação. A irradiação solar tem muitos períodos, nesta perspectiva a constante solar não é uma constante!
  • Ciclo Schwabe em média 11 (9-14) anos,
  • Ciclo Hale com por volta de 22 anos (também chamado ciclo magnético),
  • Ciclo Schove com por volta de 42 - 50 anos,
  • Ciclo Gleissberg de 80-90 (até 120) anos (entre mínimo e máximo existe por volta 40-45 anos), modula o Ciclo Schwabe,
  • Ciclo Seuss, também chamado Zyklus 208a, de 180-210 (208) anos,
  • Ciclo de 1'470 anos
  • Irradiação solar que atinge a Terra:
Durante os últimos 800'000 anos, o período dominante da oscilação glacial–interglacial era 100'000 anos, que corresponde a alteração da eccentricidade e a inclinação orbital da Terra. Durante o período 3,0–0,8 milhões de anos atrás, a oscilação dominante da glaciação corresponde a um período de 41'000 anos da obliquidade da Terra (ângulo do eixo). Isso reflete as oscilações da Terra no mundo bidimensional (Variação orbital), uma simplificação da realidade no espaço tridimensional.
  • Fontes de energia da Terra
O fluxo de energia aquecendo a superfície da Terra consiste da soma da:
  • Radiação Solar (99.978%, ou quase 174 petawatts; ou ca. 340 W/ m²)
  • Energia Geotermal (0.013%, ou ca. 23 terawatts; ou ca. 0.045 W/ m²), gerada por Convecção, Fissão Nuclear e Cristalização.
  • Energia da Maré (0.002%, ou ca. 3 terawatts; ou ca. 0.0059 W/ m²), interação entre a Terra e a Lua, o Sol e outros.
  • Perda de energia na queima de combustíveis fósseis (ca. 0.007%, ou ca. 13 terawatts; ou ca. 2 kW/ pessoa).
Num aumento de temperatura, os oceanos contém menos CO2; isso aumenta a concentração do mesmo na atmosfera após 800 anos de aquecimento global. A temperatura dos oceanos nos trópicos está em equilíbrio com a velocidade de evaporação de água. O Ciclo das Eras do Gelo, os Aquecimentos Globais se explicam pela oscilação do calor do sol, dos Ciclos de Milankovitch, da superfície sob neve/ gelo, da concentração de CO2 na atmosfera (Efeito estufa) e pelo vulcanismo.
Desde 1979, a temperatura sobre terra subiu duas vezes mais rápido que sobre o oceano (0,25°C/ década contra 0,13°C/ década). Tendências (1979-2005):
  • global: 0,169 ± 0,048°C/ década, média: CRU/UKMO (Brohan et al., 2006), NCDC (Smith and Reynolds, 2005), e GISS (Hansen et al., 2001).
  • Hemisfério Sul, 0,094 ± 0,038°C/ década, média: CRU/UKMO (Brohan et al., 2006), e NCDC (Smith and Reynolds, 2005)
  • Hemisfério Norte, sobre terra: 0,317 ± 0,083°C/ década, média: CRU/UKMO (Brohan et al., 2006) NCDC (Smith and Reynolds, 2005), GISS (Hansen et al., 2001), e Lugina et al. (2006).
  • Meteorologia
Mais importante que a irradiação solar é o calor do sol que atinge efetivamente a superfície, e o calor que essa mesma superfície perde para o espaço (Albedo).
  • As nuvens, a areia, o pó, a cinza vulcânica no ar refletem o calor do sol como também refletem o calor da superfície.
  • A neve e o gelo esfriam o ar ao redor, são espelhos que refletem o calor do Sol, como também sublimam água diminuindo o efeito do sol.
  • Uma nuvem que chove não é estática, ela é dinâmica, ela é alimentada por correntes de ar úmidas, senão ela desaparece. Evaporar água necessita de calor, condensar água gera calor, distribuindo assim o calor dos trópicos por toda a Terra.
  • 1’000 m acima, a temperatura do ar é mais ou menos 5°C mais frio, ou mais ou menos 3°F (1,67°C) em 1’000 pés (304,8m).


Idealizada Circulação da Atmosfera da Terra.
  • A umidade do ar saturado aumenta por volta de 30% a cada 5°C. Mas a precipitação é como chuva acima de 0°C. Assim a geleira cresce antes de morrer por aquecimento climático.
-. Belém PA; Brasil; 24 m; Amazônia; temperatura média anual 26,0°C; precipitação média anual 2'897 mm. Antartica tem uma precipitação média anual estimada por volta de 400 mm; a uma temperatura média anual de ca. -6°C; por volta do nível do mar.
-. Malindi, Quênia; 23 m; temperatura média anual 26,5°C; precipitação média anual 1'095 mm. A temperatura média anual do pico do Kilimanjaro é -7.1°C, Kibo 5'895 m. O pico tem uma precipitação média anual estimada por volta de 75 mm ou 1,5 m de neve.
  • O período vegetativo reduz-se 1-2 semanas a cada 100 m acima.
  • Atmosfera
A idealizada Atmosfera contém 6 Toróides atmosféricos em volta da Terra, separados por 5 "jet streams", o que também explica a aridez ao redor do Trópico de Cancêr e do Trópico de Capricórnio (zonas de alta pressão, secas; ar que desce, é sêco). Ao redor do Círculo Polar a evaporação é muito menor e ao redor do Equador (zonas de baixa pressão, úmidas; vapor de água do ar que sobe, condensa) os dois lados são quentes e assim contém muito vapor de água (Circulação atmosférica).
  • Classificação climática
A Precipitação média e a temperatura média, o clima, definem a vegetação em primeiro lugar.
Além do clima, da temperatura e da precipitação; a biorregião é gerada pelo seu histórico, seus seres vivos (bios), solo, água, geologia e relêvo.
Precipitação Média Anual (mm) vs. Temperatura Média Mensal (°C)]





Até 125
Até 250
Até 500
Até 1'000
Até 2'000
Acima de 2'000
0°C
Tundra de Líquens
Tundra de Arbustos
Tundra de Campo



1 - 4
---
Coníferas de Verão
Coníferas Sempre Verdes
Floresta de Folhas Largas de Verão


5 - 7
Deserto
Aridez
Estepe
Floresta de Folhas Largas de Verão
Floresta Úmida Temperada

8 - 12
Deserto
Aridez
Estepe com Espinhos
Esclerófitas
Floresta Subtropical

> 10
Deserto
Aridez
Savana com Espinhos
Savana Sêca
Savana Úmida
Floresta Tropical



Diagrama das zonas de vida, FAO - Holdridge.

Leslie Rensselaer Holdridge em 1947 definiu as "zonas de vida" com 3 indicadores:
  1. Temperatura anual média (biotemperature) (dados abaixo de 0°C ou acima de 30°C foram eliminados)
  2. Precipitação anual média
  3. A fração entre a evotranspiração anual média e a precipitação anual média.
A Linha das árvores é por volta da isoterma da temperatura média mensal 10°C do mês mais quente e assim da isoterma da temperatura média anual 10°C nos trópicos. A linha da neve é um pouco mais quente que -1°C sobre rochas nuas e um pouco mais quente que -3°C sobre neve/ gelo (Zonas climáticas por altitude).
  • A Classificação climática de Köppen-Geiger:
Ela é baseada no pressuposto, com origem na fitossociologia e na ecologia, de que a vegetação natural de cada grande região da Terra é essencialmente uma expressão do clima nela prevalecente. Assim, as fronteiras entre regiões climáticas foram seleccionadas para corresponder, tanto quanto possível, às áreas de predominância de cada tipo de vegetação, razão pela qual a distribuição global dos tipos climáticos e a distribuição dos biomas apresenta elevada correlação.
  • Solo
A FAO (Food and Agriculture Organization das Nações Unidas) e o Congresso da União Internacional dos Especialistas do Solo (1998) em Montpellier publicaram 2007 uma nova versão do „World Reference Base for Soil Ressources" (WRB) para classificar os solos.

Próxima parada: biomas terrestres!!

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